leitura e interpretação (a arvore que fugiu do quintal) 4º ou 5º ano fundamental
I- Texto
A árvore que fugiu do quintal
No tempo dos quintais, quando as crianças de hoje ainda nem haviam nascido, o mundo era muito bonito. Em todo lugar havia muitas árvores, flores, passarinhos e borboletas de todas as cores.
Quando cansados, desciam correndo, rindo e falando alto: “O último a chegar lá é mulher de padre!” E eu tinha de tomar muito cuidado para não deixar nenhum menino cair de mim. Já com sono de tanto brincar e de barriga bem cheia, procuravam minha sombra, recostavam no meu tronco e dormiamà beça até o sol se pôr.
Vivíamos bem felizes até aparecer na cidade um homem grande, de nome Serjão, gordo feito uma baleia, com bigodão e voz grossa de meter medo.
Serjão começou a comprar tudo; matava as árvores, destruía as casas. Por fim, tapava a terra toda com cimento e construía, no lugar, edifícios de vinte andares.
O nosso mundo foi ficando feio. As crianças já não tinham quase mais lugar para jogar bola de gude, nem árvores para subir, nem terra onde brincar. E aconteceu que o pai do Joãozinho teve de vender a casa. Serjãofoi lá no quintal e mandou derrubar tudo: “ Hoje, a casa. Amanhã, a árvore”. O baleião me revoltou. Ah... que vontade de dar uma galhada nele.
Os homens são uns bobões. Pensam que as árvores só servem para enfeitar. Mas nós percebemos tudo. Não temos nariz, mas respiramos. Não temos coração, mas sentimos. Não temos lágrimas, mas choramos muito quando nos maltratam.
Não sei por que os homens acham que são melhores do que nós. Brigam por qualquer coisinha... Só porque um é branco e outro, preto, já é motivo de pancada. Nós, árvores, não brigamos nunca. Mesmo se é uma mangueira e outra, laranjeira. Somos amigas sempre. Não importa de que semente tenhamos nascido.
Naquele dia tão triste, já com saudade do Joãozinho e das crianças e com muita raiva do Serjão gordão cara de melão, resolvi fugir. Esperei ficar de noite, enquanto os homens dormiam, e com muita dificuldade arranquei da terra minhas raízes; são elas que prendem as árvores à terra, e por elas as árvores se alimentam.
Nunca vou esquecer como doeu...como doeu. Fugi para a montanha, de onde via a cidade toda.
Lá de cima, vi a cena mais triste. Casas derrubadas. Árvores também. A terra coberta de asfalto e cimento. Os passarinhos, alguns trazendo no bico, ninhos e filhotes incapazes de voar, fugiam com as borboletas. Um deles pousou em um dos meus galhos e me disse desesperado: “Não há como viver lá embaixo. Em breve não haverá como viver aqui, nem em lugar algum deste triste planeta Terra, que começam a chamar de planeta Cimento”.
Álvaro Ottoni Menezes, Rio de Janeiro: Nórdica, 1991.
II- Interpretação do texto.
1- Qual o tema desenvolvido no texto?_____________________________________
____________________________________________________________________
2- Releia o 8º parágrafo, que indica uma resolução da árvore:
a- Por que a árvore tomou essa decisão?____________________________________
____________________________________________________________________
b- Árvores não falam nem andam. Explique por que o autor atribuiu essas atitudes à árvore?______________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
3- Qual personagem narra a história? Como você pode comprovar isso?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4- Releia o último parágrafo do texto:
a- O trecho que está entre aspas representa a fala de qual personagem?___________________
b- Com quem este personagem está falando?_______________________________
5- A árvore que fugiu do quintal é um texto narrativo. Leia os elementos da narrativa e complete de acordo com o texto:
Personagens principais:___________________ ____________________
Personagens secundários: _______________________________________________
____________________________________________________________________
Espaço (local):_______________________________________________________
Tempo (passado, presente ou futuro):____________________
Conflito (problema vivido pelos personagens) ________________________________
____________________________________________________________________
Resolução:____________________________________________________________
____________________________________________________________________
III- Produção de texto. Monte um texto de opinião, sobre o tema: Meio Ambiente.
*Como está o meio ambiente? *O que precisa ser feito para ajudá-lo?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Comentários
Postar um comentário